Quero deixar aqui um trecho de uma crônica do livro que eu recomendo intensamente. E a reflexão:
"O ansioso é o que tenta sabendo que vai dar errado. Ele quer dar errado para provar que sua teimosia valeu a pena. Na ausência de dificuldade, não há glória na mortificação. Na ausência de entraves, serei um desempregado amoroso. Eu me fio nas urgências, nos problemas, nos conflitos para me valorizar. Longe dos incômodos, terei que vadiar minha alegria, o que raramente me permito... Há um delírio de grandeza, o mundo não irá continuar sem aquele ato, que o universo das relações afetivas depende de minha resposta. Na minha imaginação, sou sempre o sobrevivente dos filmes apocalípticos, aquele que escapou de um maremoto, da bomba nuclear ou de um vírus letal. Isso me lembrou o quanto já sofri à toa (...) Não pode ser sadio o que nos irrita. Ficava ranzinza, ameaçado. O ansioso se enxerga, pronto a ser denunciado. Uma paranóia forçada. (...) Dedicação é o que a gente faz sem nos agredir, aquilo que ostentava poderia chamar de renúncia. Eu me batia, eu me esfolava, eu me censurava, eu me humilhava".
Por: Valdeline/ Elenita Rodrigues, adaptado.
0 comentários:
Postar um comentário